Por Marta e mais uma medalha olímpica!
- Mari Amaral

- 7 de ago. de 2024
- 5 min de leitura
Eu gostaria de começar esse post feliz dizendo que sinto muito por quem perdeu esse jogo maravilhoso de futebol que aconteceu nessa tarde de terça. A Seleção Brasileira está na final das Olimpíadas de Paris 2024. Enfrentamos a última campeã do mundo de igual para igual e vencemos por 4x2, em uma partida incrível.
Jogamos com raça e amor, gostei muito das mudanças que vi, principalmente na postura da seleção como um todo. O placar foi aberto com um gol contra da Espanha, logo aos seis minutos de jogo, a goleira tentou afastar e bateu na zagueira Irene Paredes. Ainda no primeiro tempo, Gabi Portilho fez um gol com uma linda assistência da Yasmim, que deixou ela sozinha com a goleira.
Já no segundo tempo, fizemos um gol aos 71 minutos, da Adriana com assistência da Gabi Portilho e a resposta da Espanha veio aos 85, com a Salma Paralluelo. Ainda conseguimos fazer mais um no primeiro minuto dos acréscimos, Kerolin roubou a bola no meio de campo e deixou o dela. Depois da arbitragem ter dado 15 minutos de acréscimo e deixar a bola correr até quase 18 minutos, a Espanha conseguiu fazer mais um com a Salma novamente, assustando um pouco o torcedor brasileiro, aos 12 minutos além do tempo regulamentar.
Depois dessa partida, o Brasil acumula mais de 109 minutos de acréscimos jogados até agora na competição, equivalente a um jogo inteiro e mais o primeiro tempo de uma prorrogação, isso tudo em apenas cinco jogos. É importante dizer que os acréscimos são necessários por conta de ceras enquanto o time esta ganhando e isso é normal de acontecer, é estratégia de jogo também. O questionamento é porque só nos jogos da nossa seleção que esses números são tão exorbitantes? Todas equipes que tem vantagem no placar fazem o mesmo e apesar de eu mesma não gostar muito disso, é uma forma de jogar também. Não adianta também ser hipócritas, quando a Espanha estava ganhando o jogo na fase de grupos, a própria técnica pegou a bola na hora de batermos nosso lateral e deu uma enrolada. Como eu disse, faz parte.

As jogadoras da Espanha finalizaram o jogo reclamando bastante a respeito desse jeito de jogar, com comentários como "Não jogaram futebol" feito por Jenni Hermoso. Já a goleira Cata Coll reclamou das comemorações e provocações enquanto a partida estava rolando (novamente, algo normal dentro do futebol), ela disse que acha que não existe companheirismo dentro da equipe brasileira. A única que não criticou a Seleção do Brasil foi Aitana Bonmatí, atual melhor do mundo, que trocou de camisa com a Duda Sampaio e apenas lamentou a derrota: "Creio que tivemos nossas chances, mas está claro que não fizemos nosso melhor torneio. Teríamos que melhorar para chegar até as finais. É verdade que estávamos vindo de um ano muito bom, estávamos acostumadas á chegar na final e as vezes quando isso não acontece. É surpreendente, mas você deve estar sempre no nível mais alto para ganhar torneios e nesse torneio não fomos as melhores." Alexia Putellas não deu nenhuma entrevista, só foi vista abalada, mas também trocou de camisa com Kerolin.

Entrevistas como essas das jogadoras de Espanha e posts como o da jogadora Renard da França depois da derrota para o Brasil: "Sinto que a minha vida parou de repente, já não tenho vontade de fazer mais nada..." diz a zagueira francesa em uma publicação em seu Instagram, reforçam a importância de psicólogos trabalhando com os times e com as atletas. Futebol é o jogo jogado, mas conta também com um pouco de sorte e momento. Para se jogar bem é preciso de confiança em si e na sua equipe, além de precisar de ter consciência de que nem sempre se ganha, entender que vão sempre existir provocações e para não perder a cabeça em um momento de raiva no jogo ou entrar em uma tristeza muito profunda depois de uma derrota ou eliminação, é fundamental a presença de um profissional para acompanhar e apoiar as atletas. No futebol e qualquer outro esporte o psicológico pesa bastante, parece que foi isso que aconteceu com algumas jogadoras ontem, tanto por aumentar a confiança das brasileiras depois da partida contra a França (um lado positivo) ou pelas provocações afetarem a goleira espanhola e outras.
Agora se inicia a preparação para enfrentarmos os Estados Unidos na final, uma revanche de Atenas (2004) e Pequim (2008) duas decisões em que nossa seleção saiu com a prata. Acredito que temos chance de sairmos campeãs dessa vez, pelo futebol apresentado no dia de hoje. Talvez a partida chegue na prorrogação dessa vez, mas acho que o Brasil ganha por 1x0. É importante lembrar que teremos a volta da Marta para a 'última dança' dentro das Olimpíadas ou até mesmo da seleção em geral, temos a chance de encerrar esse ciclo com chave de ouro - ou prata. Minha aposta e o que acho que seria ideal é ela entrando no final do segundo tempo, para sair aplaudida e quem sabe fazer um golzinho decisivo. Vejo ela como uma 'arma secreta', assim como a Espanha vinha fazendo com a Putellas.
Muitos torcedores brasileiros andam desvalorizando a Marta de maneira injusta, dizendo que o time jogou melhor sem ela. Para mim, me da a impressão que não acompanharam futebol feminino de verdade, Marta foi fundamental na partida de estreia contra a Nigéria e até a expulsão contra a Espanha, estava jogando muita bola também. Estou junta com a Mari Spinelli, jornalista da ESPN, durante o Mina de Passe ela comentou sobre essa situação e postou alguns trechos em suas redes sociais, ela disse também sobre o que ela vinha jogando no Orlando Pride e reforçou o óbvio para quem acompanha mesmo, Marta ainda está em alto nível e definitivamente não foi convocada com "cota". Os torcedores brasileiros precisam aprender a respeitar ela e entender que sua grandeza se estende até hoje, mesmo ela estando próxima da aposentadoria. É muita ingratidão o que alguns vem fazendo e comentando sobre ela de uns tempos para cá. Ela é importante sim na convocação e isso não deveria nunca ter sido questionado.
Eu assisti a partida disputadíssima entre Estados Unidos x Alemanha, um grande destaque foi a goleira alemã Berger e a zagueira camisa 15 Marina Hegering. As duas equipes atacaram e defenderam muito bem, mas as norte-americanas acabaram levando a melhor no começo da prorrogação, com um gol de Sophia Smith.
Com isso, concluo que as duas disputas (bronze e ouro) vão ser emocionantes e a apertadas. E por falar no jogo pelo bronze, ele vai acontecer na sexta dia 9, as 10 horas da manhã. Tem tudo para ser um jogão, se vocês puderem assistir eu não perderia esse também.
A final vai ser sábado, durante o almoço de família, as 12 horas. É partida única, então coloca os tios e todos os parentes para assistirem enquanto comem! Garanto que vai valer cada segundo, você não vai querer perder nada. E assim como toda a Olimpíada, os jogos teram transmissão da CazéTV, SporTV e Globo.







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